HomeBy Dady CheryDitadura Militar do Brasil: Padrinho de Bolsonaro Volta do Haiti Para o País, Que Agora Ceifa o Que Semeou

Por Dady Chery

Traduzido por Murilo Leme

Haiti Chery

É uma sensação doce e amarga estar certa acerca de minha previsão de que a ocupação do Haiti pelo Brasil destruiria a democracia daquele país. O real poder por trás do deputado de extrema direita e ex-capitão do exército, Jair Bolsonaro, que tomará posse em 1o. de janeiro de 2019 como presidente do Brasil, é seu mentor, o General reformado Augusto Heleno Ribeiro Pereira. O Sr. Ribeiro Pereira provavelmente tornar-se-á o homem mais poderoso do Brasil, e o próximo ministro da defesa. Ele foi o primeiro comandante, de 2004 a 2005, da tristemente célebre Missão das Nações Unidas para (des)Estabilização do Haiti (MINUSTAH).

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É importante registrar que o arquiteto da MINUSTAH não foi a direita brasileira, e sim Celso Amorim, quando era o ministro de relações exteriores do governo esquerdista do Presidente Lula da Silva, juntamente com Bill Clinton. Lula vem de ser condenado por corrupção e está agora na prisão. Todavia, se a esquerda brasileira tivesse vencido as eleições de outubro de 2018, o próximo ministro da defesa provavelmente seria Amorim. A última função do Sr. Amorim no Haiti foi a de líder de missão de observação da Organização dos Estados Americanos (OAS) das fraudulentas eleições de 2015. Absolutamente nada teria mudado no tocante aos países que tropas brasileiras atualmente ocupam para Estados Unidos, França e Canadá. Há agora nove desses países. A Venezuela poderá ser o próximo.

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Na qualidade de comandante da MINUSTAH, Ribeiro Pereira está ligado a notório massacre em 6 de julho de 2005 no bairro de favela de Port-au-Prince de Cité Soleil, depois do qual ele rapidamente voltou ao Brasil. Desde então ele vem sugerindo que agiu com comedimento apesar de sob pressão para usar força excessiva. Declarações da MINUSTAH ao público acerca do massacre têm discrepado de seu relatório posterior à ação à Embaixada dos Estados Unidos – US. Naquele relatório a MINUSTAH descreveu tiroteio que “demorou mais de sete horas, período durante o qual suas forças empregaram mais de 22.000 rounds(*) de munição,” e operação que envolveu 1.440 soldados: 1.000 que “protegeram o perímetro” e  440 que se lançaram em incursão. Já foi sugerido que Ribeiro Pereira deixou o Haiti por temor de “ser arrastado para tribunal internacional por crimes de guerra.”

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É possível suscitar sofisticadas razões geopolíticas para explicar por que o governo brasileiro ocuparia país amigo longe de suas fronteiras, mas acredito que os motivos para a pretensa intervenção humanitária no Haiti foram bastante prosaicas. O mais citado é a ambição do Brasil de promover sua imagem no cenário mundial desde quando o Reino Unido e a União Soviética bloquearam sua condição de membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas – UN em 1945 por causa de sua debilidade militar e financeira. Com efeito, ao ascender à MINUSTAH, Ribeiro Pereira disse: “esta é ocasião de projetar o nome do país.” Analogamente, quando Dilma Rousseff tornou-se presidente em 2011, nomeou Celso Amorim como ministro da defesa e creditou-lhe “política externa independente que coloca o Brasil no mesmo nível das mais importantes nações do mundo.”

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Outro motivo foi o uso do Haiti como tubo de ensaio de equipamento militar, como veículos anfíbios blindados fabricados no Brasil que poderão em seguida ser vendidos como testados em batalha. Isso foi importante para o alto escalão militar do exército brasileiro, que considerava o Haiti ser perfeito para tal projeto porque a população desconhecia estar em guerra e não representava risco.

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Para as administrações de Lula e Dilma, o Haiti provavelmente satisfazia necessidade de mandar os elementos mais racistas e fascistas para outros países para seus jogos de soldado. Antes da MINUSTAH, Ribeiro Pereira foi adido militar na França de 1996 a 1998. Não está claro o que ele fez nessa função. Depois da MINUSTAH, ele foi comandante do exército na Amazônia, mas Lula foi forçado a transferi-lo de seu posto depois de ele publicamente criticar o presidente por ter adotado política para os índios “lamentável, para não dizer caótica” por ter concedido terra do governo para diversas comunidades da área. A função final de Ribeiro Pereira antes de ser reformado foi no Departamento de Ciência e Tecnologia. Ele se referiu a tal posição como “ser colocado na geladeira profissional” e transformado por Lula em “exemplo típico do homem errado no lugar errado.”

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Depois de sua reforma o Gen. Ribeiro Pereira, que começou sua carreira militar durante a última ditadura no Brasil, tornou-se porta-voz não oficial da MINUSTAH bem como do Exército Brasileiro. Ano após ano defendeu renovação dos mandatos da MINUSTAH. Em 2011, quando o Ministro da Defesa Celso Amorim começou a planejar saída do Brasil da MINUSTAH, Ribeiro Pereira, em termos não equívocos, advertiu-o para que não imprimisse ao exército “chancela ideológica esquerdista,” e Amorim prontamente desativou o projeto. À véspera da eleição para presidente do Brasil em 2018, Ribeiro Pereira publicamente defendeu o golpe de 1964 contra o que ele chama de “comunização do país.” Também começou a defender regime de pacificação estilo Haiti para as favelas do Brasil, inclusive com imunidade para a instituição militar, mandados coletivos de busca e apreensão, e até o uso de franco-atiradores para matar presumíveis criminosos.

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Ribeiro Pereira fala descontraidamente acerca de seu trabalho para estruturar o futuro do governo do Brasil. É descrito como tendo relacionamento de pai-filho com o Presidente-Eleito Bolsonaro. Outro de seus pupilos é o Vice-Presidente Eleito, o General reformado Hamilton Mourão, cujo pai foi general do golpe. Mourão até agora não defendeu publicamente o golpe de 1964, mas também criticou os brasileiros como afligidos com legado da “indolência dos índios e o espírito maroto dos africanos.” Homens como Mourão são provavelmente representativos daqueles que foram encarregados há mais de 13 anos pelas Nações Unidas de promover a democracia na primeira República Negra do mundo.

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Os militares conseguiram ganhar o Brasil pelo voto porque tomaram como sua bandeira principal a desenfreada corrupção do governo que havia sido exposta por pessoas bem-intencionadas como o Juiz Sérgio Moro. Se porém os militares tivessem perdido as eleições, provavelmente teriam desferido golpe, e ameaças foram feitas. Muitos brasileiros esquerdistas estão irritados com a tentativa desesperada do Partido dos Trabalhadores de manter-se no poder. Pois não enxerga que ditadura militar made-in-Haiti tornou-se inevitável, e que os militares passaram a ficar impacientes com procedimentos legais precisamente porque o exército se tornou tão poderoso. Graças em grande parte às Nações Unidas e ao Gen. Ribeiro Pereira, o aparato de segurança que cresceu exageradamente inflou-se escapando a qualquer controle. Só no Haiti, mais de 37,000 militares / policiais foram treinados e reciclados de volta ao Brasil. Entre eles os primeiros soldados das Unidades de Policia Pacificadora (UPP) das favelas do Rio de Janeiro, treinados em guerra urbana nas favelas de Port-au-Prince. Infelizmente o sol se pôs sobre a democracia do Brasil e os franco-atiradores e seus superiores farão no país o que fizeram no exterior(**).

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(*) Rounds – Round é a quantidade de munição necessária para um tiro. Oxford

(**) Are home to roost – Se ações más ou erradas que alguém cometeu no passado have come home to roost, ou se suas chickens have come home to roost, esse alguém está hoje sofrendo os efeitos adversos / desagradáveis de referidas ações. ‘Os políticos podem enganar algumas pessoas por algum tempo mas, por fim, the chickens come home to roost.’ ‘A política de apaziguamento/empurrar com a barriga, em vez de política de solução de problemas, has come home to roost.’ Collins

Fontes: News Junkie Post | Dady Chery é a autora de We Have Dared to Be Free: Haiti’s Struggle Against Occupation.


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